sexta-feira, 29 de maio de 2015

Coisas de maio

Logo mergulharemos nas trevas geladas;
Adeus, vivo clarão dos tão curvos verões!
Percebo cair já, em fúnebres pancadas,
A lenha barulhenta em pátios e porões

   Canto de Outono
 Charles Baudelaire






Estou lendo As Flores do Mal de Charles Baudelaire, e encontrei algumas poesias sobre o outono, o que me levou a crer que esse poeta maldito gostava do outono.
Ainda estou lendo Iracema, devagarinho pois não é um livro fácil e eu não tenho tido muito tempo, mas espero terminar até o final de junho.
Também estou lendo Os Miseráveis vol 1, esse livro é ótimo e eu recomendo pois trata de problemas sociais bem atuais como o sistema judiciário e suas leis defasadas, é um livro que traz política, injustiça social e fé tudo bem costurado, é impossível ficar indiferente lendo Os Miseráveis.
Comprei um livro no sebo, da autora Lygia Fagundes Telles chamado Verão no Aquário, quando chego em casa e começo a ler o livro olha o que encontro no primeiro capítulo
 
 Pois é minha gente, a protagonista se chama Raíza, é a primeira vez que encontro um personagem com meu nome, meu nome é composto Raiza Carolina e o primeiro nome sempre pairou na minha vida como uma sombra, nunca gostei desse nome que para mim tem cor de abóbora cabotiá, apesar de gostar muito de abóbora a cor não é bonita. Enquanto que Carolina para mim é rosa com pérolas e rendas Raiza tem cor de abóbora...
Voltando a Raíza do livro, pelo que entendi até agora é uma jovem mimada que tem problemas com a mãe, chegando até a disputar a sua atenção com um amigo íntimo, Patrícia a mãe é uma escritora e também é bastante reservada. Logo falarei mais sobre o livro.
Este mês estive bem ausente do bloguinho, culpa da minha garganta que resolveu infeccionar, me deixando de cama por 4 dias, parecia que tinha cacos de vidro e para completar o antibiótico que eu estava tomando me fez mal, precisei parar com os remédios, a parte boa é que descobri o ponto que corresponde a garganta a técnica é o Do-in se não me engano e funciona, eu não acreditava mas foi só começar a fazer pressão nesse ponto senti a melhora, obrigada Samuel pela sugestão, o Samuel é Terapeuta Holístico e foi ele quem me ajudou, outra coisa xarope de gengibre é um santo remédio, logo posto a receita e o que achei.
Deixando meus dramas de saúde de lado, estou estudando como comentei em algum lugar nesse blog, o curso é a distância e estou gostando, é diferente mas o fato de não ter que marcar presença cinco dias por semana em uma instituição é muito bom.
Finalmente assisti Jogos Vorazes e gente que aflição, mas tem uma mensagem bacana sobre o poder do povo, de como um governo omisso faz o povo infeliz, essas questões de povo-governo-corrupção-povo tem estado muito presente no que leio e vejo ultimamente.
Outro filme que vi esse mês e recomendo muito é Maggie, conta a história de uma adolescente que é mordida por um zumbi e é infectada, seu pai a busca no hospital para passar seus últimos dias com a família, e nesse tempo vemos a transformação de Maggie em zumbi que é bem triste por sinal, o filme é um drama psicológico e tem o ator Arnold Schwarzenegger que faz o papel do pai da adolescente, devo dizer que esse ator é muito bom com dramas e está com uma aparência bem distinta por causa da barba.
        
É isso leitores, perdoe-me o post longo mas estava com saudades de escrever, vou deixar a poesia completa de Baudelaire que é linda, linda.

LVI - Canto de Outono 
I
Logo mergulharemos nas trevas geladas;
Adeus, vivo clarão dos tão curtos verões!
Percebo cair já em fúnebres pancadas,
A lenha barulhenta em pátios e porões.

Todo o inverno entrará no meu ser: o odiar,
Raiva, tremor, horror, labor duro e forçado,
E, assim como o sol no inferno seu polar,
Meu coração será bloco rubro e gelado!

Parece-me embalado em assalto de sono,
Que se prega, apressado, algures, um caixão.
Pra quem? - Eis o outono; era ontem verão!   
O ruído misterioso cai como abandono.

II
Amo a luz esverdeada desse vosso olhar,
Doce beleza, mas hoje tudo é engano,
E nada, vosso amor, nem a alcova ou o lar
Vale o sol resplendente por sobre o oceano.

E, entretanto, amai-me, terno coração!
Sede mãe, para um ingrato até, ou delinquente;
Irmã ou amante, sede a doce transição
De um glorioso outono ou de um sol poente.

Curta tarefa! A tumba ansiosa está ao dispor!
Ah! deixai-me, no colo a fronte reclinada,
Haurir, saudoso, o estio branco abrasador,
Do final da estação a luz suave e dourada!    


                                                                                                                    Maio de 2015

terça-feira, 19 de maio de 2015

Quando menina...

Quando menina eu tinha o universo nas mãos
E cada estrela que brilhava no céu azul escuro era um fragmento do meu sorriso
O tempo e o espaço obedeciam aos meus comandos
A eternidade era o meu destino, e a morte apenas uma palavra sem sentido
Quando menina eu tinha o oceano nas mãos
E o meu barquinho navegava nas águas tranquilas da inocência
As vezes eu era marujo, outras capitão, e em alguns casos pirata
Com perna de pau e espada na mão
Quando menina eu observava formigas em copas de árvores
Corria atrás de vaga-lumes ao fim do dia, como se fossem fadas me conduzindo a terra do nunca
Andava com os pés no chão, cachorro ao lado e boneca nos braços
Quando menina não era aquela de laços e fitas
Ou chá com amigas
Era menina matreira, com pele trigueira, calçolas curtas e bola nas mãos
Corria com a molecada da rua com sorriso nos lábios e assovio fino
Quando menina o mundo cabia no meu quintal
Os insetos eram meus amigos e cantavam comigo cantigas de roda
E a vida era uma festa com bolinhos de terra e refresco servido por mamãe
Quando menina eu colhia flores e catava gravetos
Dançava na chuva e pulava em poças de lama
Sujava a roupa e mamãe ralhava comigo
Tinha os joelhos ralados e os cabelos espetados de tantas travessuras
Quando menina chegava cansada em casa das muitas aventuras nas férias escolares
Deitava em minha cama cheia de ursos e orava preces ensaiadas
E as estrelas eram o manto que cobria meu corpo e embalava os meus sonhos
Quando menina, quando feliz...



terça-feira, 12 de maio de 2015

Poesia de Outono


Outonal
Caem as folhas mortas sobre o lago;
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio... Ora anoitece!
-Brumas longíquas do País do Vago...
Veludos a ondear... Mistério mago...
Encantamento... A hora que não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bênção de um afago...
Outono dos crepúsculos e doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
- Veste a terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silênciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que eu soluço a delirar de amor...

Florbela Espanca

domingo, 10 de maio de 2015

Carpe diem

Carpe diem, palavra vinda do latim que significa aproveite o dia.
Essas duas palavras tem se tornado um mantra na minha vida, aproveite o dia, as oportunidades, o agora.
É um presente o dia de hoje, esse mesmo que vivemos, em que podemos tomar decisões, fazer escolhas e mudar o rumo do nosso barco.
Cada passo que dou, cada palavra ou pensamento determina o meu futuro, se eu erro e permaneço no erro as coisas tendem a ter um desfecho amargo, mas se eu após o passo errado mudar minha estratégia posso reverter o quadro e ter uma grata surpresa.

Carpe diem, não faz muito tempo em que eu tracei um plano, uma meta de vida estava tudo ali, primeiro o curso de Biologia, mestrado, ramo de pesquisa. Tudo lindamente estruturado rumo ao sucesso, mas eu não estava sozinha nessa jornada, existia um marido, emprego, estabilidade.
Mas o casamento acabou, a empresa abriu falência, os amigos da faculdade viraram as costas e me vi sozinha, desempregada, com duas filhas para criar, e o pior de tudo, eu me vi com medo, pois meu mundo inteiro ruiu e nesses momentos só vemos os destroços. E a brilhante aluna que os colegas de curso admiravam, os professores respeitavam, a aluna apaixonada pela vida que sempre encabeçava os seminários e que era uma espécie de líder do bando foi ficando pequena, cansada e sozinha e tudo acabou.

Carpe diem, aproveite o dia. Sim eu aproveito cada oportunidade que aparece. Passei muitos apertos, chorei muito nas muitas noites de insônia em que eu pensava e agora?
Desisti? Jamais, apenas decidi mudar o foco, reestruturar minha vida de acordo com a nova realidade de mãe, divorciada, independente, e com duas filhas para amar e educar. Não é fácil, o trabalho é dobrado, a responsabilidade recai quase sempre na mãe pois infelizmente o machismo e egoísmo movem muitos homens, que pensam que pagar uma pensão é o suficiente, e digo não é.
Mas é assim, não sou amarga, triste ou infeliz. Amo minha vida, minhas filhas e me amo e isso faz uma enorme diferença na hora em que os problemas aparecem.

Carpe diem, e agora José? Agora, hoje, presente, agora é o que importa.
Abri a janela e o sol entrou, aproveitei o dia, voltei a estudar, voltei a traçar planos e redefinir as prioridades.
Hoje conto comigo mesma, com minha força de vontade, competência e o desejo de reescrever a minha história, nada de olhar para trás e chorar pelo que ficou, a hora de sacudir a poeira é essa, de viver um dia de cada vez, aproveitando bem o que a vida tem me apresentado, correndo atrás do que me faz bem e estar ao lado de quem me faz bem.
Carpe diem, aproveite seu dia.

           

sábado, 9 de maio de 2015

Tempos modernos

Não quero que o asfalto contamine a paisagem
Ou que a fumaça dos carros embace meus olhos
Que o ruído fique lá fora
Que o caos da modernidade não me roube a poesia
Quero caminhar por uma floresta densa e úmida
Com um cantil nas mãos e mochila nas costas
Quero ouvir a sinfonia dos pássaros
Ver a erva daninha contornar os prédios e as traças comerem os papéis timbrados
Quero versos escorrendo dos meus lábios e sonetos acariciando meu corpo
Quero qualquer coisa que freie a automação





quarta-feira, 6 de maio de 2015

Março e abril foram assim...

Andando pela cidade encontro essa poesia urbana

Esta construção que um dia foi um comércio está abandonada, então algum artista de rua fez esse Grafitti.

 Meu favorito.

Natureza contribuindo....




Mudando de assunto, aceitam abacate? Mas com açúcar por favor



A dona aranha preparando sua refeição, fiquei com pena da formiga, mas não interferi no meio



Sol da manhã


Brincando com edições





sábado, 2 de maio de 2015

Sobre Harry Potter

Olá leitores, como vão?
Por aqui as madrugadas seguem geladas.
A postagem de hoje é sobre o universo H. P. o mago e não a calculadora.
Se você tem algum preconceito literário é melhor parar por aqui e ler outra coisa, se não te convido para uma conversa gostosa de trouxa para trouxa, ou mestiço, sangue puro...  
Conheci Harry Potter primeiro através dos filmes, um dia vendo a partida do torneio tribruxo pensei o quanto tudo era bem feito, as regras e tudo mais, então decidi ler os livros.
Mas como não tinha muito tempo por causa da faculdade abandonei a ideia, mas quando estreou as Relíquias da Morte decidi comprar o livro para saber o final.
Mas somente no ano passado completei minha coleção, e iniciei a leitura, estou relendo as relíquias da morte, o sétimo e último livro da saga, e justamente hoje finalmente me cadastrei no site Pottermore, descobrindo a qual casa pertenço. Hoje fazem dezessete anos que "Aquele-a-quem-não-se-deve-pronunciar-o-nome" foi derrotado, em uma batalha sangrenta em Hogwarts, que inclusive acontecem duas mortes terríveis para os fãs da saga.
Voltando aos assuntos Potterhead, a minha casa é a Corvinal, a casa dos nerds...
 Lema da casa:

“O Espírito sem Fronteiras é o maior Tesouro do Homem – Rowena Corvinal” 

Localização: 3º andar
Fundadora: Rowena Ravenclaw
Responsável: Prof. Filius Flitwick
Cor: azul e bronze
Animal: águia
Fantasma: Dama Cinzenta
Características marcantes: inteligência e força de vontade
A Corvinal também tem uma das minhas personagens favoritas depois da Hermione, a Luna Lovegood ou D' Lua, como é apelidada pelos alunos de Hogwarts, pois a garota é um pouco excêntrica... Mas é corajosa, amorosa e muito sonhadora.  

Luna sendo Luna...


 Selecionei a cena mais bonita de toda a saga na minha opinião, em As Relíquias da Morte I, após uma briga Rony decide abandonar seus amigos, Hermione fica desconsolada, Harry e Hermione dançam, demonstrando o carinho que sentem um pelo outro.


Link do Pottermore - https://www.pottermore.com/en-us/
Detalhes dos personagens - http://harrypotteroguia.blogspot.com.br/search/label/Personagens